terça-feira, 16 de agosto de 2011

ARGUILE (NARGUILÉ) ou SHISHA




História

Arguile (Narguilé como alguns falam) ou "shisha" ou goza, como é conhecido no Egito ou países do Norte da África, é um cachimbo de água.

Além desse nome, de origem árabe, também é chamado de hookah (na Índia e outros países que falam inglês), narguilê, narguila, nakla etc. Há diferenças regionais no formato e no funcionamento, mas o princípio comum é o fato de a fumaça passar pela água antes de chegar ao fumante. É tradicionalmente utilizado em muitos países do mundo, em especial no Norte da África, Oriente Médio e Sul da Ásia.

Há um fumo especial para arguiles, usualmente feito com tabaco, melaço (um subproduto do açúcar) e frutas ou aromatizantes. Os aromas são bastante variados; encontra-se de frutas (como pêssego, maçã verde, coco), flores, mel, e até mesmo Coca-Cola. Embora também seja possível encontrar fumos não-aromatizados, estes progressivamente perderam espaço para os aromatizados, que hoje são muito mais populares.

Quando se aspira o ar pelo tubo, reduz-se a pressão no interior da base; isso faz com que ar aquecido pelo carvão passe pelo tabaco, produzindo a fumaça. Ela desce pelo corpo até a base, onde é resfriada e filtrada pela água, que retém partículas sólidas. A fumaça segue pelo tubo até ser aspirada pelo usuário. O mais usual é que a fumaça não seja tragada.

O arguile tem como origem o Oriente. Uma das versões é a de que o arguile teria sido inventado na Índia do século XVII, pelo médico Hakim Abul Fath, como um método para retirar as impurezas da fumaça. Quando chegou à China, passou a ser utilizado para fumar o ópio, e assim permaneceu até a revolução comunista, no fim da década de 40. Na mão dos árabes, o cachimbo de água foi rapidamente incorporado para ser apreciado em grupo, acompanhado de café e prosa. Existem evidências históricas de arguiles na Pérsia (atual Irã) e na Mesopotâmia (região entre os Rios Tigre e Eufrates - atual Iraque). As peças mais primitivas eram feitas com madeira e um coco que fazia o lugar do corpo (o nome origina-se do persa nārgil, que significa "coco"). Com o desenvolvimento das civilizações e as expansões territoriais (principalmente dos países europeus), o arguile, já similar ao que conhecemos hoje (com base de cerâmica ou porcelana e corpo de metal), começou a ser divulgado, e trazido junto com especiarias como cravo e canela.

As cruzadas também auxiliaram a espalhar o arguile pelo mundo, quando os guerreiros sobreviventes traziam-no para seus países. No Brasil, o arguile foi trazido por alguns imigrantes europeus, e divulgado pelas colônias turca, libanesa e judaica.





Partes

O arguile é formado pelas seguintes peças:

Base: peça central do arguile; assemelha-se a um vaso. É onde se coloca a água (ou, embora não seja tradicional, com outros líquidos, como arak, sucos ou essências naturais). Geralmente é feita de vidro, metal ou cerâmica; algumas são ornamentadas com desenhos.

Corpo: peça cilíndrica que sustenta o fornilho e conecta-se à base. Na base, projeta um tubo para dentro da água, que conduz a fumaça.

Fornilho (rosh ou cabeça): peça de barro ou cerâmica onde coloca-se o tabaco e, por cima deste, o carvão em brasa.

Abafador: Artefato em metal (muitas vezes descartados), geralmente alto para proteger a brasa do vento, evitando o consumo rápido do carvão.

Mangueira: é por onde se aspira a fumaça. Uma ponta termina numa piteira, e a outra encaixa-se na parte superior do corpo do arguile (acima da água). Pode haver mais de uma mangueira para que várias pessoas fumem juntas (porém estes com válvulas especiais, ou do contrário os usuários não poderão "puxar" a fumaça simultaneamente). Em arguiles usados em locais públicos, como bares, freqüentemente usa-se uma peça plástica removível na ponta da piteira, que pode ser lavada ou descartada a cada uso, ao contrário da mangueira em si, que não deve nunca ser lavada, pois pode oxidar, criando assim partículas de fuligem, que atrapalham a aspiração da fumaça.




Funcionamento

Quando se aspira o ar pela mangueira, reduz-se a pressão no interior da base; isso faz com que ar aquecido pelo carvão passe pelo tabaco, produzindo a fumaça. Ela desce pelo corpo até a base, passa pela água, onde é resfriada e filtrada, que retém partículas sólidas. A fumaça segue pela mangueira até ser aspirada pelo usuário e expirada logo em seguida.

Fumo

Há um fumo especial para narguilés, usualmente feito com tabaco, melaço (um subproduto do açúcar) e frutas ou aromatizantes. Os aromas são bastante variados; encontra-se de frutas (como pêssego, maçã-verde, coco), flores, mel, e até mesmo Coca-Cola e Red-Bull. Embora também seja possível encontrar fumos não-aromatizados, estes progressivamente perderam espaço para os aromatizados, que hoje são muito mais populares.

Saúde

Os efeitos à saúde causados pelo fumo do tabaco são largamente conhecidos e se aplicam também ao uso do arguile, contrariando a crença popular de que a água ajudaria a filtrar as impurezas do fumo, tornando-o menos nocivo à saúde. Recentes estudos, inclusive, indicam que seu uso pode ser ainda pior para a saúde do que o cigarro.

Além do mais, a Organização Mundial de Saúde alerta que a fumaça do arguile contém inúmeras toxinas que podem causar câncer de pulmão, câncer exofaríngeo, enfisema (causa a perda de capacidade respiratória e uma oxigenação insuficiente), doenças cardíacas, problemas dentais entre outras. E que, em uma sessão de arguile - que pode durar de vinte minutos a uma hora – a quantidade de fumaça inalada corresponde a mesma inalada ao se fumar 100 cigarros comuns.

A Academia Estadunidense de Periodontologia afirma que o uso do arguile é comparável ao cigarro, em relação aos riscos de doenças da gengiva.

George Loffredo, professor da universidade de Georgetown que conduziu estudo sobre o uso do arguile no Egito acredita que, comparado ao fumante típico de cigarros, o fumante de arguile expõe-se mais a toxinas como nicotina e monóxido de carbono.



A Realidade dos Arguiles...

Organização Mundial de Saúde (OMS)
alerta para perigos do "tabagismo alternativo" - 31/05/2006

Um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) desfez a crença de que os cachimbos de água, o fumo para mascar e o cigarro indiano conhecido como "bidi" são mais saudáveis do que os cigarros normais, porque seriam menos prejudiciais.

Por ocasião do Dia Mundial Sem Tabaco, nesta quarta-feira, OMS defendeu a necessidade de conscientizar a população de que todos os produtos relacionados ao tabaco são altamente viciadores e prejudiciais para a saúde.

"O problema desses produtos é que as pessoas não os conhecem bem. A cultura popular diz que eles têm menos efeitos nocivos, mas não existem estudos que nos permitam ter números globais", disse a diretora da Iniciativa Livre de Tabaco da OMS, Yumiko Mochizuki, em entrevista coletiva ontem.

Um claro exemplo é o cachimbo de água - arguile - que, embora seja muito tradicional no Sudeste Asiático e no Oriente Médio, está sendo usado em outras partes do mundo, segundo Douglas Bettcher, coordenador da mesma iniciativa da OMS.

"[O cachimbo de água] está cada vez mais em moda no Ocidente, especialmente entre os jovens, que, como seus pais, acham que seus efeitos não são tão nocivos como o cigarro comum", explicou Bettcher.

No entanto, o coordenador advertiu que uma pessoa que fuma o cachimbo de água - conhecida como shisha e narguilé- durante uma hora inala fumo equivalente entre 100 e 200 cigarros.

Ao contrário da crença popular, esses cachimbos de água têm nicotina suficiente para criar dependência, mas, por estar menos concentrada, reduz as náuseas e permite que o consumidor consiga ficar mais tempo exposto às substâncias cancerígenas do tabaco e a gases perigosos, como o monóxido de carbono. Além disso, esses cachimbos de água geralmente são compartilhados com desconhecidos, o que aumenta o risco de se contrair outras doenças como herpes, hepatite ou até tuberculose (transmitidas pela saliva contaminada).

Em relação ao fumo de mascar, os analistas advertem que essa versão pode causar câncer no cérebro, no pescoço, na garganta e no esôfago, assim como várias doenças bucais e dentais muito graves. O fumo de mascar causa 90% de todos os casos de morte por câncer na Índia, segundo a OMS, que relata que outros produtos como os "kreteks" (cigarros doces que misturam fumo e cravo) e os "bidis", feitos à mão e com aromas exóticos, típicos da Índia, são erroneamente considerados mais saudáveis.

Para fumar esse tipo de cigarro, é necessário que se trague mais rapidamente, o que significa maior absorção de nicotina, enquanto a de alcatrão chega a triplicar.Sobre os puros, a OMS adverte que alguns possuem tabaco suficiente para 20 cigarros e que, inclusive os que não tragam, têm entre duas e cinco vezes mais chances de ter câncer de pulmão.

O problema desse tipo de produtos relacionados ao tabaco é que mal estão regulamentados, e não existem estudos globais que reflitam como prejudicam a saúde da população. Além disso, como têm "melhor reputação" do que os cigarros, "a indústria do fumo reforça a comercialização deste tipo de produto para atingir um novo público, que de outra forma poderia escapar", disse Bettcher.

Esse é o caso, por exemplo, das mulheres de certos países, muitos deles árabes, onde "é errado que fumem cigarros, mas não que usem shishas (cachimbos de água)".

Por isso, os especialistas advertem que os números sobre os efeitos nocivos do fumo (que mata uma pessoa a cada 6,5 segundos) são relativos apenas aos fumantes de cigarros, e não às milhões de pessoas que consomem o fumo de outras formas.

A OMS calcula que, dos 1,3 bilhão de pessoas que fumam cigarro no mundo, pelo menos a metade morrerá por causa da dependência.

Fontes: www.folha.com.br / www.khanelkhalili.com.br

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